quinta-feira, dezembro 08, 2005

Apocalipse 1

Apocalipse é o último dos 66 livros da Bíblia.
É de comum aceitação a autoria joanina (discípulo de Jesus e autor do 4º Evangelho) e a sua data é a mais tardia de todo os escritos do Novo Testamento: fim dos anos 80 e início dos anos 90 do primeiro século.
O nome é, por assim dizer, uma tradução fonética ou transcrição da palavra grega para o português. O significado desta palavra é “revelação” e na língua inglesa, o livro é designado por “Revelation”. O seu autor designa-o por “revelação de Jesus Cristo”, ou seja, é um desvendamento de Jesus Cristo. Cristo é o personagem principal e motivo do livro, podendo ser
também entendido como o próprio revelador do seu conteúdo.
Apocalipse está inserido no género literário chamado literatura apocalíptica e apresenta diversas semelhanças com esta (extra-bíblica), a qual se caracteriza pelas preocupações escatológicas (do adjectivo grego “eschatos”, que significa “final”), a revelação e interpretação de eventos por anjos, linguagem altamente simbólica, visões, dualismo radical, e acontecimentos cataclísmicos. Mas também se distancia desta por não ser pseudónimo, ser coerente (uso dos símbolos, descrição de personagens, lugares e eventos) e, particularmente, por ser positivo na sua perspectiva.
É um livro que apresenta a glória e vitória de Cristo sobre Satanás e o seu sistema; Cristo é ao mesmo tempo Juiz e Redentor (aquele que liberta mediante pagamento de resgate). Isso é estímulo aos que crêem n’Ele, como motivo de santidade prática presente (em vez do escapismo) e perseverança no presente à luz das promessas do futuro. É uma revelação para consolo e exortação (santidade e perseverança).

Paulo David Carvalho