domingo, outubro 23, 2005

O visível

No filme, em qualquer filme, no hay banda ... It’s all tape, os corpos são ausências, mas tudo está desde o início em pleno movimento e a corrente luminosa dos signos abre para nós as possibilidades infinitas do cinema.
Por muitos segredos que nos confrontem – e existem muitos nos filmes de Lynch –, eles, paradoxalmente, não nos escondem nada. Pelo contrário, é nesse perturbador território do visível (que não é idêntico ao visual e está muito para além deste) que se situa a realidade cinemática e não a sua simples aparência.
Não esmaguemos o fora-de-campo para que o filme não impluda.

Abílio Hernandez